domingo, 11 de novembro de 2012

Emancipação política

A exploração do território de Mangaratiba acontece desde 1534, época das capitanias hereditárias. Todavia, só um século depois, a partir de 1619, o governador do Rio de Janeiro se interessou pela colonização da região e assim, determinou que seu filho Salvador Corrêa de Sá implantasse aldeamentos na faixa de território entre Santa Cruz e Angra dos Reis. Foram mais de oitenta anos de lutas contra os índios nativos até que, em 1700, foi construída a igreja de Nossa Senhora da Guia, no local onde hoje é a sede do município.
 
Até 1831 nosso município não passou de um joguete nas mãos das forças econômicas de então. De 1764 a 1818, o território da freguesia de Mangaratiba fez parte do município de Angra dos Reis. A seguir, passou a pertencer a Itaguaí, de 1819 a 1831. A denominação “freguesia” referia-se à divisão territorial religiosa (eclesiástica), ou seja, quem mandava mesmo era o padre ou o bispo. A emancipação política veio através do Decreto de 11 de novembro de 1831, que elevou Mangaratiba à categoria de Vila, com a denominação de “Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba”.
 
A exemplo do que sucedeu com quase todo o Rio de Janeiro, a escravatura exerceu um papel fundamental na formação econômica e social do nosso município. Do esplendor daquela época restam poucas construções, algumas ruínas e, certamente, quase nenhum registro ou lembrança do sofrimento das centenas de milhares de escravos trazidos da África e desembarcados num dos dois portos do tráfico existentes aqui, além dos quase seis mil escravos do Comendador Breves cujos descendentes até hoje residem na Marambaia.
 
Mangaratiba também beneficiou-se da expansão cafeeira, como porto de escoamento da produção do Vale do Paraíba. Com o aumento da produção, tornou-se necessária a abertura de uma estrada mais larga, que foi inaugurada pelo Imperador D. Pedro II sob denominação “Estrada Imperial”. A grande dificuldade de acesso terrestre permanente e a inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, ligando o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba na segunda metade do século XIX, fez com que minguasse a atividade comercial do município. Para completar o processo de derrocada, a abolição da escravatura extinguiu a agricultura dos latifúndios locais resultando em quadro de total abandono, a ponto de, em 1892, Mangaratiba perder o título de Vila, voltando a ser apenas “freguesia”, sendo incorporada ao município de São João Marcos. Readquiriu a autonomia municipal cerca de seis meses depois, no dia 17 de dezembro do mesmo ano.
 

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