Todo ser humano, em qualquer cultura, traz dentro de si algum tipo de entendimento do que é sagrado, seja no plano espiritual, seja no plano material. No plano material, há um indiscutível elemento que sempre deveria ser considerado sagrado, o do pagamento correto e adequado, a tempo e a hora, pelo trabalho realizado. Não importa se a conta implica em pagar cem reais ou quinhentos mil reais. Como dizia um velho malandro, “o combinado nunca é caro”. O que não é admissível é que um trabalhador gaste seu tempo e esforço para produzir um resultado que interessa a outrem e, na hora de receber o que lhe é devido, encontre obstáculos de qualquer espécie. A observação vale para particulares e para gestores públicos. Vale para o clube de futebol que fica quatro, cinco meses sem pagar salários do mesmo modo que vale para entes públicos, que atrasam a folha de pagamento, ou deixam de honrar compromissos com fornecedores. A propósito, “gestor público” não é dono do dinheiro. Os recursos que estão lá nos cofres são nossos, oriundos dos nossos impostos. Assim, quando o prefeito deixa de pagar, adia ou dá qualquer desculpa a um fornecedor, está dizendo a ele que é “o povo” quem está dando o calote.
Nenhum comentário:
Postar um comentário