A palavra indígena “Mangaratiba” significa “lugar onde existe muita banana”. A ponte, ou cais de embarque, nas proximidades da Capitania dos Portos de Itacuruçá, já foi um dos mais importantes pontos da economia do distrito e do município. Era, a partir dela, que acontecia o escoamento da produção de bananas de toda a região, desde Paraty. Desembarcavam aqui, até meados dos anos setenta e seguiam de trem para o Rio de Janeiro. Com a construção da Rio x Santos, passaram a ir de caminhão. Todos os 365 dias do ano grandes traineiras, como a Grajaú, Ypiranga e outras, traziam milhares de “dúzias de cachos” (a forma de contagem da produção). Era tão intensa a atividade que (os mais antigos lembram), o cais era chamado de “Ponte da Banana”. Uma curiosidade da época era que, com um anzol “mosquitinho” e um pedacinho de banana, assim que nascia o sol, era possível pescar muitos “peixes-rei”, atualmente desaparecidos de nossas águas. Nas manhãs das segundas-feiras, era de lá que se embarcavam os presos para o presídio da Ilha Grande. Também foi o apoio da Escola Técnica Darcy Vargas, escola de pesca da Marambaia e ponto de embarque da lancha para Águas Lindas. Apesar da extensão da ponte, por causa do assoreamento do mar, a acentuada queda da produção de bananas, o fim do trem, a opção pelo transporte rodoviário e a quase “esquizofrenia” dos nossos dirigentes municipais dos últimos quarenta anos, que só pensaram nas próximas eleições e não nas próximas gerações, transformaram-na num simples “lugar onde se desembarca sardinha”.
Matéria: Professor lauro
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