sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Discurso no comício (segunda parte)

Quando aceitei a indicação do meu partido, me propus a fazer uma campanha tomando o cuidado de não utilizar nenhuma daquelas coisas que me incomodavam ou me irritavam quando na posição de eleitor. Minha campanha não teve carros de som invadindo os ouvidos das pessoas sem pedir licença. Não entulhei caixas de correios das casas com santinhos. Não coloquei cavaletes nas calçadas atrapalhando o caminhar das pessoas. Usei apenas sete cavaletes, todos colocados na porta da minha casa. Colocados e retirados por mim mesmo todos os dias. Fiz toda a campanha na base da entrega pessoal deste folheto aqui, feito no meu computador – entregue de mão em mão, oferecendo meu nome e minhas propostas como opção aos eleitores.
 
Todos os nossos candidatos já se referiram aos urgentes problemas do município nas áreas da saúde, da educação e dos transportes. Não vou repeti-los. Concordo com eles. Quero apenas acrescentar minha indignação pessoal em relação a alguns pontos e falo não como candidato, mas como cidadão:
 
Eu não aceito, que se gaste dois, três milhões de reais numa festa que dura algumas noites, enquanto os banheiros do colégio Caetano tem cabines interditadas por falta de caixas de descarga ou que aulas tenham de ser suspensas por falta de merenda.
 
Eu não aceito ver, como eu vi, fornecedores da prefeitura caminhando nas ruas de Mangaratiba desorientados, porque não conseguiam receber o que lhes era devido há três, quatro meses ou até mais.
 
Eu não aceito, que se faça iluminação “artística” caríssima, na entrada da Praia do Saco (nada contra a Praia do Saco), enquanto os moradores de algumas ruas do município convivem com a quase permanente escuridão.
 
Eu não aceito que falte medicamentos básicos nos postos de saúde num município que tem orçamento anual de quase trezentos milhões de reais.
 
Eu não aceito, ver o governo ocupado por forasteiros que nem sabiam onde fica a pombeba, a praia do sul ou a pescaria velha. Praticamente jogando na nossa cara que aqui não teria gente competente. TEM SIM, COMPETENTES E HONESTOS.
 
Eu não aceito, que nossas festas tradicionais terminem sempre em brigas e tiroteios na madrugada.
 
Eu não aceito sermos tratados como cidadãos de segunda classe, para quem, uma simples conta de luz ou água custa seis reais mais cara, porque temos de ir até Itaguaí para pagá-la.
 
Eu não aceito que, no verão, nós moradores tenhamos de ficar em casa, trancados, enquanto do lado de fora estão os carros de som de mala aberta que tocam músicas pornográficas e essas pessoas ainda façam xixi nos muros das nossas casas.
 
Eu não aceito ser refém de uma empresa de ônibus que nos deixa isolados do mundo depois das dez da noite e que nos fornece um transporte caro, irregular e inseguro.
 
Eu não aceito mordaça, nem qualquer tipo de ameaça ao direito de opinião de quem quer que seja.
Na minha visão, ser vereador ou prefeito é função para aqueles que se propõem a servir à população e não se servir da população. Não é emprego. Não é carreira. É missão. E missão é para ser cumprida a tempo e a hora, com eficiência e depois prestar contas. Para a nossa futura prefeita só quero pedir uma coisa, que em seu mandato tenha sempre em mente um lema “O MORADOR EM PRIMEIRO LUGAR”. Eu sou o Professor Lauro e meu número 12.123.
 

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