Três meses atrás ''Notícias de Itacuruçá'' publicava:

- A informação já é franca e aberta em Mangaratiba. O Hospital Municipal já registrou mais de cinquenta casos de hepatite e a suspeita é que tenha origem na água captada pela CEDAE. O problema se concentra na sede do município, na Praia do Saco e no Morro de Santo Antônio.

- Se alguém tiver um mal súbito em Itacuruçá pode telefonar para o Posto de Saúde para pedir atendimento de urgência de uma ambulância? A recomendação é não contar com essa hipótese. Ao que consta, o PS não tem telefone para atendimento ao público, apenas um “orelhão” instalado na área da recepção. Ou seja, ligue e torça pra alguém atender.

- Quando pensamos já ter visto já viu tudo na vida, os fatos nos surpreendem. Uma informação, trazida ao blog ontem, 17 de abril de 2012, é daquelas que todos diriam ser absolutamente inadmissível. O desvendar do mistério começa com uma observação. Entre onze da manhã e meio-dia, e entre dezessete e dezoito horas, não há ambulâncias disponíveis para qualquer eventual transporte de pacientes em todos os distritos do município, nem mesmo aquelas vermelhas da Defesa Civil. Como diria o bêbado da esquina, em Mangaratiba está proibido passar mal e necessitar de ambulância nesses dois horários.

- A pergunta, que qualquer cidadão comum faria, diante desse fato, é simples: “Onde estão as ambulâncias nesses horários?”. A resposta é mais surpreendente ainda: “Estão indo, ou voltando do HMVSB”, onde foram buscar o almoço dos funcionários dos postos de saúde. A pergunta subsequente certamente terá ares de surpresa: “Mas, como? Ambulância fazendo transporte administrativo?.” Isso mesmo. Todas as ambulâncias dos postos de saúde (Itacuruçá, Muriqui, Ibicuí, Serra do Piloto, Ranchito, Conceição de Jacareí) e a da defesa Civil, são utilizadas, no horário de almoço e/ou jantar, para irem buscar as “quentinhas” de alimentação dos servidores desses postos, fornecidas pela prefeitura.

- Como diz a lei de Murphy: “o que está ruim sempre pode piorar”. A situação se torna mais crítica quando mais dois elementos entram na equação: 1- Ambulâncias são ambientes altamente contaminados, vez que transportam todo o tipo de doentes, portadores das mais diversas doenças (muitas transmissíveis). É, portanto, o tipo de veículo mais inadequado para o transporte de alimentos para o pessoal que trabalha nos Postos de Saúde. 2- Nenhuma ambulância pode se deslocar apenas com o motorista. A cada saída (inclusive para ir buscar almoço ou jantar no HMVSB), o veículo, obrigatoriamente, deve ter em seu interior o motorista e, pelo menos, alguém da enfermagem. Ou seja, mesmo fosse possível aceitar esse verdadeiro absurdo dos absurdos, ainda há o desfalque de mais um servidor da equipe de atendimento dos Postos de Saúde que, no fim das contas, só vai dar “uma passeada” até Mangaratiba.

- Sábado, 28 de abril de 2012, primeiro dia de um fim de semana prolongado que certamente atrairia turistas para o município, uma senhora procurou o posto de saúde de Muriqui em busca de atendimento para sua filha, que apresentava sintomas de mal-estar. Não havia nenhum médico no PS. A informação recebida foi simplesmente: “se a senhora quiser, espere pra ver se algum médico chega!”

- Apesar da decretação do “estado de emergência”, na questão da hepatite, a prefeitura move-se como “uma tartaruga cansada”. Só depois da divulgação dos números da Fiocruz, os gestores municipais passaram a aceitar que já são 41 casos confirmados e mais de cento e cinquenta em análise, conforme o site G1, da rede Globo.