- Sexta-feira, logo cedo, um cortejo de automóveis e barcos cruzou as ruas da cidade. Seus condutores não precisaram usar nenhuma carta náutica, apesar de estarem navegando nas perigosas águas turvas que misturam o público com o privado. O porto de partida, um estacionamento particular. O de destino, uma área pública de responsabilidade da prefeitura. O motivo, “abrir espaço”, na área privada, para acomodar novos clientes (ao preço de R$ 45,00/dia) no estacionamento. A propósito, há a ingerência direta de um vereador do município.
- A prefeitura não cumpriu NENHUM dos compromissos assumidos nas tais “reuniões preparatórias”. A concentração do Bloco do Carvão que, diga-se de passagem, é o evento mais importante do carnaval de Itacuruçá, não teve espaço suficiente para acomodar seus foliões; não contou com os banheiros químicos prometidos; não teve a desobstrução das ruas; não contou com policiamento nem orientação de trânsito. No entanto, apesar do prefeito, apesar do secretário de turismo, apesar do vereador Marquinho da Ilha, mais uma vez o “Carvão” arrastou mais de quinze mil foliões pelas ruas de Itacuruçá.
- Finalmente, nessa quarta-feira de cinzas, Itacuruçá foi devolvida a seus moradores permanentes. Os vendedores ambulantes desmancharam suas barracas. A turma do “isopor” voltou para suas casas lá na baixada e na zona oeste. Aqueles que pensam que todos adoram funk, desligaram seus “trio elétricos” montados em automóveis. Pelo que diz a previsão do tempo para os próximos dias, claro que ainda haverá um ou outro final de semana de “casa cheia”, mas, certamente, nenhum capaz de superar os descalabros do verão 2012. Nossas ruas, literalmente, fedem, a xixi. O pessoal da limpeza pública sua em bicas, para remover todo o lixo acumulado. Vários moradores tentam ajudar, varrendo as calçadas. Quem não tem cisterna, nem poço artesiano, espera que a redução de habitantes traga de volta a água às suas torneiras. Mas, vamos sobreviver a essa catastrófica “temporada de verão”, onde o governo local simplesmente desapareceu.
- Comentário de um morador não muito adepto do carnaval e que teve de passar quatro dias trancado em casa: “Sempre sonhei em me aposentar e morar em Itacuruçá. Depois de vinte anos como veranista, me aposentei no ano passado e mudei pra cá. Mas, depois da “invasão de praia” e desse carnaval descontrolado, acho que vou vender minha casa e procurar outro lugar ”.
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