sexta-feira, 9 de março de 2012

MMX Audiência pública II

Primeiro, foi o porto da ilha Guaíba e seus trens de minério com mais de cento e trinta vagões abertos deixando escapar fuligem de minério de ferro pelo percurso. Depois, a siderúrgica TKS-CSA despejando no ar fumaça e resíduos de sua produção. A seguir a MMX, com seu superporto para embarque de minérios (e linhas férreas exclusivas). E a “cereja do bolo”, o estaleiro da Marinha, em construção pela Odebrecht. Quando todos esses empreendimentos estiverem funcionando à plena capacidade, como ficará o nosso meio-ambiente até aqui razoavelmente preservado? Supondo que cada navio transporte cem mil toneladas de minério, serão cerca de duas mil embarcações de grande porte entrando e saindo da baía a cada ano. Que garantias teremos que NENHUMA DELAS acabará despejando óleo no mar? Que garantias teremos que as cracas, agarradas aos cascos dos navios, vindas de outras regiões do planeta não afetarão a vida marinha da nossa baía? Que garantias teremos que o inchaço populacional não trará para cá as mazelas típicas das áreas de desenvolvimento econômico acelerado, como violência, mendicância, carência de serviços públicos, etc.? Que garantias teremos que, daqui a vinte anos, não seremos a Cubatão dos anos oitenta, revivida? Oferecer, apenas, “qualificação profissional” para que dois ou três mil moradores do município possam disputar vagas para os empregos de “peões” no empreendimento é muito pouco. Queremos mais. Queremos muito mais. Quem sabe, a construção e manutenção de um mini-hospital em Itacuruçá? Quem sabe, o financiamento total de projetos culturais de caráter permanente? Quem sabe, a requalificação profissional e apoio completo àqueles que vivem da pesca artesanal? Quem sabe, o apoio efetivo à melhoria de serviços como, por exemplo, a melhoria do acesso à internet? Sabemos que a ampliação do tal superporto vai se tornar realidade, a despeito de qualquer protesto ou “audiência pública”. Contudo, não podemos e não iremos ficar “na janela vendo a banda passar”


Matéria: Professor lauro

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