Quem conheceu Itacuruçá nos anos sessenta e setenta do século passado, certamente se recorda que a faixa de areia era menos da metade da atual. O mar dominava as áreas onde estão os quiosques, em ambos os lados da praia. No local onde está o calçadão do Axixá, não havia faixa de areia, nem rua. A distância entre a maré e os trilhos da linha férrea mal chegava aos três metros. Na praça da estação, nos dias de maré grande, as águas invadiam a antiga praça e chegava a lamber os degraus do atual Centro Cultural. Nesses últimos trinta anos, o mar recuou muito. Cedeu seu domínio. Concedeu-nos o direito de uso de uma extensa faixa de areia. Contudo, ao que parece, estamos transformando esse presente da natureza numa enorme lixeira. O chamado microlixo é visível em todos os pontos. As marcas dos pés de urubus indicam que, não demora, eles estarão disputando espaço com banhistas e crianças. Tudo isso, claro, tem relação direta com a falta de educação ambiental (para ser cortês), que é característica típica dos turistas que nos visitam. Todavia, de outra parte, há a contribuição decisiva do poder público, pois, nos últimos quarenta anos, não se fez a extensão das manilhas de esgoto. Antes, elas despejavam os detritos 50 ou 60 metros longe da praia. Com o recuo do mar, a sujeira, hoje, brota no meio da areia.
Matéria e fotos: Professor lauro
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