Uma característica da psicologia do ser humano é o costume. Quando uma coisa qualquer é novidade, atrai nossa atenção imediatamente, mas, se permanece igual todos os dias, depois de algum tempo nos “acostumamos” a ela. Passando mais tempo, torna-se parte integrante da paisagem. Anos depois, chega a ser comum dizer: “Ah! Isso sempre esteve ali.”. Na maioria das vezes, é preciso que venha alguém de fora para nos chamar a atenção de que “aquilo não deveria estar ali.” É o caso das fotos abaixo, tiradas pela leitora do blog Cristina, que conhece Itacuruçá há apenas dois anos e resolveu caminhar pela cidade fotografando o que viu de errado (ou de inadequado) e que a maioria de nós já nem percebia mais. Ela notou, por exemplo, que existem inúmeras lixeiras públicas na área central da cidade, mas raríssimos recipientes para o chamado lixo de mão nas ruas internas, na Brasilinha, no Cerrado, na RJ 14 ou no Axixá. Percebeu a ocupação irregular das encostas e as casas construídas em áreas de risco. Viu o estacionamento irregular de automóveis em calçadas, com um estranhíssimo varal de roupas estendidas em plena rua e a improvisada “cobertura” de garagem em plena área pública. Indignou-se com o estado de degradação do riacho que corta a Brasilinha e passa em frente ao condomínio Marina e aos dois principais hotéis da cidade. Percebeu que uma barreira, caída há muito tempo (até já com mato crescendo) continua no mesmo local, só a afastaram o suficiente para liberar o trânsito. Espantou-se, e riu sozinha, com a inusitada “placa de trânsito” na RJ 14, no caminho para Muriqui. Fotografou a novíssima cabine da Guarda Municipal, mas contou que o guarda que lá estava via DVD de funk. Também viu a cidade do alto, lá de onde deveria haver um mirante para que nós, moradores e turistas pudéssemos apreciar o quanto a nossa Itacuruçá é bela e merece ser bem cuidada. Contudo, teve de entrar no meio do mato pra fotografar.
Matéria: Professor lauro
Fotos: Cristina figueira
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